terça-feira, 25 de maio de 2010

(Stuff) Reflexões sobre LOST

Lost. Perdidos.
Durante 6 anos acompanhamos as agruras dos sobreviventes do voo 815 da Oceanic numa ilha perdida no meio do Pacífico. Pessoas que estavam perdidas na ilha, mas que já estavam perdidas nas suas vidas fora daquela ilha.
Tudo na vida tem um por quê? Por que aquelas pessoas perdidas tinham que se encontrar naquele lugar, naquele momento? Pessoas tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão parecidas: um médico, uma fugitiva, um trapaceiro, um ex-torturador, um casal em crise, um pobre rapaz rico, um paralítico, todos unidos pela fé - o excesso ou a falta dela.
Naquela ilha tropical onde habitavam ursos polares a necessidade de sobrevivência os aproximou e uns foram aprendendo e apreendendo com os outros: o médico antes descrente do mundo se tornou crente, e o paralítico antes crente de tudo se tornou mais racional. O trapaceiro, antes excluído, passou a ser importante na vida dos demais, enquanto a fugitiva buscou uma nova vida...

Pessoas morreram, pessoas nasceram... Desde o princípio, LOST foi uma série sobre pessoas - e sobre as vidas destas pessoas. A ilha era quase como uma segunda chance, um local para se esquecer do passado e começar um novo caminho.
E não seria no fim que LOST deixaria de ser uma série sobre pessoas. Ainda que em seu caminho tenham surgido mistérios, ainda que questões científicas tenham povoado algumas temporadas... tudo isso era apenas um pano de fundo para a verdadeira história ali retratada: a história da tentativa de recomeço e busca de redenção daquelas pessoas.
E se aquelas pessoas foram importantes umas às outras durante a vida, porque não o seriam na hora da única certeza da vida? Se num primeiro momento a revelação do que eram os "flash sideways" causou um grande choque, após alguns segundos de reflexão sobre o que foi esta 6ª temporada precebe-se que a verdade estava lá, a todo momento. "O que aconteceu, aconteceu", não pode ser mudado, e para seguir em frente você precisa se libertar do passado: seja para seguir em frente na vida, seja para seguir em frente e conhecer o que há do outro lado.
"The End" pode ser o capítulo final da série, mas não é o seu final. Rever a série desde o seu início, sabendo o que sabemos, vai ser uma nova aventura, um novo caminho, uma nova "vida"...

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